No ano passado, o Prof. Hafezi escreveu sobre as razões que o levaram a considerar importante viajar para congressos nacionais e internacionais para dar formação, bem como sobre os prós e os contras de passar muitos fins-de-semana fora de casa - por outras palavras, "Educação sem Fronteiras". Este ano, a pandemia de COVID-19 alterou completamente a situação. As viagens tornaram-se incrivelmente difíceis e, desde o início de março, quase todas as conferências foram canceladas, adiadas ou transferidas para a Internet.

No entanto, a apresentação a partir de um pódio "virtual" pode trazer muitos benefícios: as pessoas que normalmente nunca teriam podido assistir à conferência em pessoa, têm agora a oportunidade de assistir em linha, e não só ver a apresentação "em direto" como também fazer perguntas nesse momento (a partir do conforto da sua própria casa ou secretária). Isto é particularmente importante, não só para aqueles que vêm de países onde a obtenção de vistos de viagem pode ser problemática, mas também para aqueles que, por razões familiares, financeiras ou de agenda, não podem participar nestes congressos presencialmente. Torna a "educação sem fronteiras" uma realidade.

A revista especializada O oftalmologista perguntado Prof. Hafezi para contribuir com um Editorial sobre este tópico. Foi o que fez, e o artigo abrange todas as suas observações e percepções sobre a forma como este "novo normal" alterou a forma como educamos os nossos pares em Oftalmologia. As vantagens (trabalhar a partir de casa [sem jet-lag!] e não viajar, mais perguntas feitas por colegas menos tímidos, custos reduzidos e uma menor pegada de carbono) e as principais desvantagens (os moderadores têm não só de ouvir a palestra para fazer perguntas no final, mas também têm de selecionar e dar prioridade às perguntas dos espectadores; falta de networking e de discussões presenciais no final, onde parecem ocorrer todas as conversas mais importantes).

O Prof. Hafezi também analisou a forma como este "novo normal" de participação em direto na Internet em apresentações poderá continuar a fazer parte de futuros congressos, mesmo que a ameaça da COVID-19 diminua. Um híbrido de participação em direto e em linha poderá representar o futuro da educação médica.