Poder do pódio: Dion Paridaens dá a palestra principal do EUGOGO: Nanotecnologia no tratamento de doenças oculares
No sábado, 9 de novembro, o cirurgião oculoplástico e orbital consultor da ELZA, Dr. Dion Paridaens, foi convidado pelos organizadores da 20ª reunião do Grupo Europeu de Orbitopatia de Graves (EUGOGO) para dar uma Palestra Principal no último dia da conferência, que se realizou na cidade italiana de Pisa, sobre o tema da Nanotecnologia no Tratamento de Doenças Oculares. A reunião de três dias contou com a presença de muitos dos melhores investigadores, oftalmologistas e endocrinologistas do mundo na área das doenças oculares de Graves, e a palestra do Dr. Paridaens foi o "ato principal" do último dia da conferência.
O Dr. Paridaens ocupa cargos no Rotterdam Eye Hospital e no Erasmus Medical Centre, onde existe um centro de investigação orbital muito ativo que investiga tudo, desde as causas desta doença até à melhoria e desenvolvimento de novos tratamentos para esta doença complexa e muitas vezes altamente debilitante, que pode levar a olhos esbugalhados, visão dupla e até cegueira.
Como é que isto se relaciona com a utilização da nanotecnologia no tratamento da doença ocular de Graves? Paridaens relatou um estudo clínico realizado num pequeno grupo de doentes com Orbitopatia de Graves a quem foi administrado Nanocort, uma formulação de nanopartículas do esteroide prednisolona, para tratar os sintomas inflamatórios desta doença. O Nanocort contém partículas incrivelmente pequenas (100 nm) (conhecidas como "vesículas" - Figura 1) que são embaladas com o esteroide no seu interior, sendo o medicamento infundido no organismo por via intravenosa. A ideia subjacente a esta abordagem é que as moléculas do fármaco devem ter como alvo os locais de inflamação e não os locais "fora do alvo", que podem causar efeitos secundários.
Roterdão foi o primeiro centro no mundo a avaliar o Nanocort para este tratamento, e este estudo piloto mostrou que muitos dos doentes com Orbitopatia de Graves que participaram neste ensaio experimentaram um tratamento eficaz da sua inflamação, sem os efeitos secundários que a medicação regular (metil prednisolona) normalmente causa. Este início promissor significa que é provável que se realizem mais estudos, com mais doentes, e que comparem diretamente o Nanocort com a metilprednisolona num futuro próximo.